quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Espetacularização da pobreza e dos seus territórios.

O novo vídeo do potra dos fundos traz um debate importante, sobre a espetacularização da pobreza e dos seus territórios. Na minha opinião, nem toda ação cultural na periferia tem essa característica. Claro existem agentes culturais que o fazer e para isso consolidam estereótipos para vende-los, torna a arte e a cultura periférica uma mercadoria. Esse tipo de ação entende a periferia como parada no tempo e seus sujeito não podem interagir com outros elementos da cultura contemporânea e urbana. Dessa forma, só existe um tipo de arte, um tipo de música, um tipo de pessoa, ou seja, um pichador legitimo, um funkeiro legitimo e esse não pode resinificar as suas práticas com o risco de não ser mais periférico. Por exemplo, o Pixo só seria legitimo se tiver uma linguagem própria, meio suja, tem que ser fruto da disputa de território e feito a noite as escondidas, se o pichador usar elementos de outras expressões artísticas e escolher outros espaço de diálogo está fora do (pré)conceito, nem mais periférico ele pode ser.
Porém, existe outras ações culturais nas periferias. Espero que o MUPE e os Pontos de memória estejam nessa lado. Pois tentam compreender a periferia como um espaço político e urbano, dinâmico e de trocas. Onde a cultura e suas práticas devem ser valorizadas, pois são experiências humanas no tempo e não podem ser silenciadas como se não construíssem a cidade e a sua história. Dessa forma, o MUPE deve ser entendido com espaço comunitário, construído por todos, que também lute por melhorias para a comunidade e que se articule com outras entidades e movimentos para desnudar os problemas sociais. Ainda, com espaço cultural, pois tem que ser um lugar do encontro da troca entre diferentes gerações e culturas que compõe o bairro. Finalmente como museu, tem que contar a história vista de baixo, dando voz as pessoas simples que estão fora dos livros didáticos e da sala de aula. Para isso tem que produzir seus próprios materiais e didáticas e ir nas escolas levar essa outra história.
O vídeo esta disponível aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário